quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saudades...

É com profundo pesar que venho comunicar o falecimento, às 4:00h da manhã de hoje, do meu querido e estimado avô Adejar Clemente da Silva (86 anos).

Filho de Manoel Clemente da Silva e Claudina Mª da Conceição, Adejar nasceu em Santa Cruz do Capibaribe e aqui passou a maior parte de sua vida. Nos anos 70, como muitos nordestinos, foi para o sudeste em busca de melhores condições de vida, retornando 15 anos depois para fixar estada definitiva em sua terra natal.

Pedreiro de profissão, sempre levou uma vida modesta nos muitos anos que conviveu ao lado de sua esposa, Zila Lima da Silva. Na década de 60, junto com meu pai ainda adolescente, fazia bico como “canoeiro” na travessia de pessoas entre Santa Cruz e São Domingos durante as cheias do Rio Capibaribe. As cheias eram motivo de alegria, pois representavam um importante complemento para a renda da casa.

Adjar e Zila se casaram em 1949 e este ano completaram 60 anos de convivência, cumplicidade, amor, alegria, dificuldades, e cuidado mútuo. Nos altos de seus mais de 80 anos, gozava de grande lucidez e senso de humor. Para a família e os amigos, ficam a saudade e a certeza de ele estar num bom lugar na morada do Pai.

domingo, 21 de junho de 2009

Educação: a mania do Brasil em copiar modismos

A vitória da pernambucana Larissa Oliveira no programa Soletrando do Caldeirão do Huck no último sábado (20/06) vem confirmar uma realidade que muitos ainda insistem em não ver: o modelo tradicional de educação (com provas, notas, disciplina e cobrança de resultados) funciona! Larissa, de 15 anos, é aluna do Colégio Militar do Recife.

Penso que o maior problema de nós brasileiros é a mania de copiar modismos pedagógicos e didáticos que vêm de fora, sem critério nenhum. A meu ver, é melhor utilizar o velho e tão criticado modelo tradicional que tem falhas, mas dá certo, do que se aventurar com mudanças que têm provocado resultados desastrosos.

O ônus de nossa mania de copiar modismos está aí para todo mundo ver: alunos que chegam ao ensino médio sem saber escrever ou interpretar textos simples. São analfabetos funcionais.
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Neste contexto, dois equívocos são evidentes: seguir a orientação do psicologismo barato segundo o qual estudo tem que rimar com prazer; e a cultura da aprovação automática.

A moda, no Brasil, há muito tempo, é procurar unir o lúdico e o didático, aprendizagem e prazer. Ora, a escola não é circo ou parque de diversão: é lugar de empenho, esforço, dedicação, compromisso. Ali se constroem os profissionais e os cidadãos do futuro para atuar em um mundo cada vez mais complexo, cada vez mais letrado, cada vez mais exigente. Não é lugar para brincadeira.

Já a cultura da aprovação automática só é boa para as estatísticas do governo, mas traz danos por vezes irreparáveis para a vida dos estudantes, perpetuando sua condição de marginalização.
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É claro que as questões discutidas aqui só dão conta de parte do problema. Outras questões são igualmente importantes como a qualificação profissional do professor, a valorização do magistério, melhoria das condições de trabalho e uma gestão escolar que funcione minimamente. É urgente a necessidade de repensarmos nosso modelo educacional e agirmos enquanto é tempo. O mundo não vai nos esperar.
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Veja aqui outro artigo do blog que trata desta temática

domingo, 7 de junho de 2009

Momento filosófico

Todos nós nascemos numa família, numa língua, num país, numa cultura. Nesse contexto, crescemos com potencialidades e também com limitações impostas pelo meio. Nosso projeto humano e individual é nos constituir como indivíduos e fazer sentido das coisas que nos rodeiam e das relações com os outros que vamos construindo ao longo de nossa vida. Não nascemos prontos, nem morremos prontos. A vida, nossas identidades, estão em um ininterrupto processo de vir a ser. Somos, assim, numa co-autoria com Deus, arquitetos e construtores de nossa existência.
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(Marcelo Clemente)