domingo, 31 de agosto de 2008

Mais sintomas do aquecimento

Mal se recuperou do trauma, Nova Orleans, Louisiana (EUA), se prepara para a chegada de um novo furacão, quase tão devastador quanto aquele que há 3 anos provocou grande destruição e morte naquela cidade, o Catrina. A nova ameaça se chama Gustav, e deve chegar à costa da cidade amanhã (01/09/08). Talvez essa nova demonstração de fúria da natureza - em resposta a nossa sistemática e insana agressão ao planeta - reacenda as discussões e o debate sobre o aquecimento global, tema que vem sendo paulatinamente esquecido pela mídia de modo geral.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Santa Cruz do Capibaribe: uma nova história

......Nossa cidade causa espanto para quem é de fora. Não entendem como uma cidade com tantas adversidades conseguiu erguer uma indústria forte e que serviu de modelo para tantas outras espalhadas pelo Nordeste.
......Nada nos é favorável: não temos boa localização geográfica, o clima é seco e a água é escassa, não temos bons hotéis, não há constância no volume de vendas (há meses em que se vende muito, outros em que não se vende quase nada), as grandes indústrias de matéria-prima estão a milhares de quilômetros de nossa cidade, e até pouco tempo atrás faltava-nos infra-estrutura mínima para a feira. Por outro lado, temos um povo que trabalha de domingo a domingo, de sol a sol, um povo altamente empreendedor e criativo que não tem medo de correr riscos.
......Em outras cidades do país, enquanto um jovem comum sonha com um emprego, o santa-cruzense sonha em abrir um negócio, em ser patrão. Temos grande potencial, isto é fato. Talvez agora esteja na hora de escrevermos um outro capítulo de nossa história, um capítulo da cultura e da educação.
......Todos aqui conhecem histórias de analfabetos que conseguiram construir grandes patrimônios. Esses exemplos podem sugerir que a educação seja algo totalmente desnecessário para atuar na indústria local. Os tempos, no entanto, parecem estar mudando. É cada vez maior a exigência de formalização das empresas, tanto para se obter crédito como para se podem comprar matéria-prima nos fornecedores. A informatização também bate a nossa porta. Hoje quem não se informatiza perde grande parte da atuação no mercado, cada vez mais eletrônico. Os empresários sentem mais e mais necessidade de conhecer as novas tendências da moda, de maquinário, de inovações tecnológicas, por isso já participam de feiras nacionais e até internacionais. Algumas empresas estão começando a ver um grande potencial em outros mercados e já pensam em exportar parte de sua produção para outros países. A necessidade de mão-de-obra especializada é cada vez maior.
......Percebe-se que temos muito trabalho pela frente, se quisermos sobreviver.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Frases

Já que estamos em pleno período de campanha política, selecionei algumas frases sobre o assunto:

"A política é talvez a única profissão para a qual se pensa que não é preciso nenhuma preparação."
(Robert Louis Stevenson)

"A política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros."
(Henri Millon de Montherlant)

"A política é a condução dos assuntos públicos para o proveito dos particulares."
(Ambrose Bierce)

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”
(Friedrich Nietzsche)

"Na política, os ódios comuns são a base das alianças."
(Alexis de Tocqueville)

“O inimigo do meu inimigo é meu amigo.”
(Frase do filme 'Alien versus Predador')

"Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem."
(Victor Lasky)

"Quando as pessoas temem o 'governo', isso é tirania. Quando o 'governo' teme as pessoas, isso é liberdade."
(Thomas Jefferson)

"Defende-se melhor o poder por meio de benefícios do que por meio de armas."
(Sêneca)

"A arte da guerra consiste substancialmente de engodo"
(Sun-Tzu)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Quatro tipos de eleitores


Os eleitores locais podem ser divididos em pelo menos 4 categorias distintas: os com interesses pessoais, os fanáticos, os críticos e os indiferentes. Os diretamente beneficiados em seus interesses pessoais são os que ambicionam um cargo de confiança, os que pretendem alugar imóveis para a prefeitura, os que querem ter a oportunidade de fornecer produtos e serviços (quando estes não exigem licitação), ou aqueles que pleiteiam melhores salários para a sua categoria profissional. Esses eleitores não pensam no coletivo, querem apenas o atendimento a seus interesses individuais. Há também os fanáticos para os quais o grupo político é mais importante que o candidato. Esses eleitores votam incondicionalmente e cegamente. São massa de manobra, votos de cabresto. Não fazem qualquer avaliação, param no tempo, morrem defendendo uma causa que nem eles mesmos conhecem. Assemelham-se a torcedores fanáticos de time de futebol, mas com uma diferença: não criticam nem xingam quando seu time vai mal. O oposto destes últimos eleitores são aqueles que pensam numa cidade melhor para todos, gostam do lugar onde moram e não querem abandoná-lo. Querem alguém com mais capacidade para administrar a cidade e não estão presos ideologicamente a nenhum grupo político. Essas pessoas apresentam uma visão mais amadurecida, mais lúcida do seu papel de cidadãos. São pessoas com boa razão crítica, não são facilmente influenciadas, não é fácil manipulá-las, não se dão ao trabalho e à humilhação de se abaixarem ao comando de animadores de passeatas políticas. Por fim, há os indiferentes, ou porque colocaram grandes expectativas em grupos políticos e se decepcionaram sistematicamente, ou porque não acreditam mais na capacidade da política para promover mudanças que melhorem sua qualidade de vida. Anulam seu voto ou votam em branco como forma de protesto.

Imagem disponível em: http://brasil.indymedia.org/images/2004/09/290888.jpg

domingo, 17 de agosto de 2008

A poluição sonora de cada dia

Nossa cidade, como muitas outras espalhadas pelo Brasil, sofre com a poluição sonora. A cada dia surgem novas modalidades de poluido-
res: os já tradicionais carros de som dividem espaço com bicicletas de som, motos de som e carrinhos de
som de vendedores ambulantes de CDs piratas. Sem falar nas caixas de som amplificadas utilizadas por algumas lojas do comércio local. As motos com certos acessórios no cano de escape e os fogos de artifício (especialmente neste período de campanha política) vêm acentuar o problema. A questão que se coloca é: quem se beneficia com essa barulheira absurda? Parece que nessa questão há mais prejudicados que beneficiados. Quantas vezes não temos que interromper um telefonema, uma conversa ou uma aula com o absurdo ruído que vem da rua. Quantas crianças recém-nascidas não acordam assustadas com veículos de som em potência máxima. Até nosso lazer é prejudicado quando o som do aparelho de TV é “engolido” pela barulheira externa. São veículos extremamente intrusivos e anti-democráticos: não temos liberdade de desligá-los ou de baixar seu som como fazemos com o rádio e com a televisão. Somos obrigados a ouvir, não há escolha. Como se não bastassem todos esses transtornos, a poluição sonora ainda tem um impacto negativo em nossa saúde. O barulho é um grande causador de estresse e a exposição constante a sons acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis a nossa audição. O pior é que não há leis locais que estabeleçam limites para a emissão sonora nas vias públicas. Nessa base, o abuso parece sempre superar o bom senso.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Língua e atividade humana

A língua é um fenômeno cognitivo, social e cultural. É central na atividade humana, pois é por meio dela que interagimos com o outro e com o mundo. Como nos diz o Lingüista russo Bakhtin, cada esfera da atividade humana elabora seus usos específicos da língua, de modo a atender a seus propósitos. Tais usos vão se repetindo e com o tempo se tornam relativamente estáveis, e passam a figurar como formas tipificadas para a ação das pessoas. Essas formas tipificadas ou relativamente estáveis recebem, nos estudos lingüísticos, o nome de gêneros textuais ou gêneros do discurso. Tudo o que dizemos, seja por meio da fala ou da escrita, se dá por meio de gêneros. Eles estão na sociedade, fazem parte do nosso capital cultural historicamente acumulado, são reconhecíveis, damos nomes a eles: carta, conversa, telefonema, fofoca, bilhete, panfleto, anúncio (só para citar alguns bem comuns). Cada gênero se destina a realizar algo no mundo, eles têm uma função social, por isso, a cada vez que precisamos interagir com o alguém ou com alguma instituição, escolhemos determinado gênero e não outro. Não temos muita liberdade para escolher, quem diz é a própria situação comunicativa.

Santa Cruz: uma cidade suja

O problema do lixo em Santa Cruz do Capibaribe já vem de longas datas. O fato é que continuamos morando em uma cidade suja. Os varredores de rua são em número muito reduzido, quase não os vemos mais. O sistema de coleta de lixo parece não dar conta da demanda da cidade. No entanto, a administração municipal, seja ela qual for (desse ou daquele grupo político), não consegue resolver o problema da sujeira, do lixo, se a população não cooperar. Falta um pouco de educação (tanto no sentido de instrução formal como de civilidade). Falta criar uma cultura e uma consciência de que a cidade é nossa, um lugar comum, um bem coletivo, a extensão de nossas casas. A administração local tem sua cota de responsabilidade, deve oferecer as condições necessárias para uma cidade limpa com coleta de lixo eficaz, varredores de rua suficientes, cestos de lixo espalhados pela cidade. Mas nada disso adianta se nós, cidadãos, não fizermos nossa parte, e um bom começo seria parar de jogar lixo na rua. Afinal, a cidade, como um espelho, reflete os cidadãos que somos.




Vereador: qual o seu papel?

Como todos sabemos, nas eleições municipais, por meio do voto popular, são escolhidos prefeito e vereadores. As funções de um prefeito parecem ser mais claras para as pessoas, inclusive para aquelas que pouco ou nunca passaram pela educação formal. Porém, quando o assunto é a função e o papel dos vereadores, muitos equívocos são cometidos, inclusive pelos próprios candidatos, por vezes sem a mínima condição e preparo para assumir tal posto. Proponho-me aqui apresentar, de forma bastante resumida, as funções do parlamentar municipal. Cabe a ele três tarefas básicas: legislar, fiscalizar e sugerir. O vereador é, fundamentalmente, um legislador, isto é, alguém responsável pela elaboração, votação e deliberação de leis que dizem respeito única e exclusivamente ao município. De igual modo, é função do vereador fiscalizar o trabalho da Administração Municipal (prefeito, assessores, secretários, etc.) para que as leis e as normas municipais sejam cumpridas, além de participar de comissões que buscam verificar se o dinheiro público está sendo utilizado de forma correta, dentro da lei e em benefício da população em geral (o que nem sempre ocorre, infelizmente). Por fim, cabe ao vereador ser o elo entre o povo e o poder público municipal, sugerir medidas que beneficiem o município com um todo. Portanto, deve ser um conhecedor profundo dos problemas da cidade, alguém com participação ativa em movimentos sociais e que saiba ler, produzir e interpretar textos formais e burocráticos. Torna-se claro que não é qualquer pessoa que pode assumir o cargo de vereador.

Referências:

www.jurisway.org.br

www.r2cpress.com.br/?q=node/3803

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

É hora de ponderar


Estamos em período de campanha eleitoral. Em 5 de outubro escolheremos aquelas pessoas que irão conduzir os rumos de nossa cidade. É preciso fazer uma análise muito cuidadosa, pois o que está em jogo é nossa qualidade de vida, nosso bem-estar, nossa economia, nossa segurança e nossa saúde. São questões extremamente sérias, embora muitos, lamentavelmente, pensem que política é apenas uma brincadeira, uma festa, uma competição, um jogo em que uns ganham e outros perdem. Porém, os verdadeiros perdedores sempre somos nós, se não usarmos de bom senso. Na política local tem de tudo: homens comprometidos com a cidade que se preocupam com o coletivo e que conhecem a fundo os problemas do município, pessoas com visão administrativa, preparadas para exercer um cargo público, com todas as responsabilidades e competências que este posto requer, mas também há os palhaços, os aproveitadores, os aventureiros, os mercenários, gente sem a mínima preparação moral e intelectual, sem um projeto sério e coerente, gente que vê na política um trampolim para ascensão social, para o acesso ao poder para benefício próprio. Está na hora de termos discernimento e principalmente responsabilidade na hora da escolha. Afinal, com política não se brinca.