Os eleitores locais podem ser divididos em pelo menos 4 categorias distintas: os com interesses pessoais, os fanáticos, os críticos e os indiferentes. Os diretamente beneficiados em seus interesses pessoais são os que ambicionam um cargo de confiança, os que pretendem alugar imóveis para a prefeitura, os que querem ter a oportunidade de fornecer produtos e serviços (quando estes não exigem licitação), ou aqueles que pleiteiam melhores salários para a sua categoria profissional. Esses eleitores não pensam no coletivo, querem apenas o atendimento a seus interesses individuais. Há também os fanáticos para os quais o grupo político é mais importante que o candidato. Esses eleitores votam incondicionalmente e cegamente. São massa de manobra, votos de cabresto. Não fazem qualquer avaliação, param no tempo, morrem defendendo uma causa que nem eles mesmos conhecem. Assemelham-se a torcedores fanáticos de time de futebol, mas com uma diferença: não criticam nem xingam quando seu time vai mal. O oposto destes últimos eleitores são aqueles que pensam numa cidade melhor para todos, gostam do lugar onde moram e não querem abandoná-lo. Querem alguém com mais capacidade para administrar a cidade e não estão presos ideologicamente a nenhum grupo político. Essas pessoas apresentam uma visão mais amadurecida, mais lúcida do seu papel de cidadãos. São pessoas com boa razão crítica, não são facilmente influenciadas, não é fácil manipulá-las, não se dão ao trabalho e à humilhação de se abaixarem ao comando de animadores de passeatas políticas. Por fim, há os indiferentes, ou porque colocaram grandes expectativas em grupos políticos e se decepcionaram sistematicamente, ou porque não acreditam mais na capacidade da política para promover mudanças que melhorem sua qualidade de vida. Anulam seu voto ou votam em branco como forma de protesto.
Imagem disponível em: http://brasil.indymedia.org/images/2004/09/290888.jpg
2 comentários:
Marcelo, tu esqueceste de considerar que é mais comum a forma mista desses eleitores.
Aqui em Sta Cruz é praticamente impossível ser um crítico com a ilusão de que se permancermos sob tal forma de eleição possa haver mudanças significativas.
Parabéns Marcelo vc disse tudo.
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