domingo, 28 de dezembro de 2008

O custo da PEC dos vereadores

O mês de dezembro foi marcado pela notícia da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta o números de vereadores nos municípios de todo o país. Só para se ter uma idéia do custo que a emenda trará para os cofres públicos, a Câmara de Vereadores de Uberlândia, Minas Gerais, terá uma despesa extra de mais de 3 milhões de reais por ano com o aumento de 21 para 27 vereadores, 6 parlamentares a mais, portanto. Imaginem o custo de 7.343 novos parlamentares no país todo!
A pergunta que fica é: qual o benefício 7.343 vereadores a mais para a população? Em que melhora a vida das pessoas? Será que realmente precisamos de mais vereadores?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Os fins justificam os meios?

A revista Playboy mexicana causou, recentemente, indignação e repúdio da comunidade católica. Em sua edição de dezembro, a revista trouxe em sua capa uma modelo caracterizada como a Virgem Maria, um dia antes das comemorações do dia da Nossa Senhora de Guardalupe, maior festa religiosa mexicana. Não satisfeita com a imagem polêmica, a revista ainda exibiu na capa a frase: ‘Te adoramos, Maria.’
O objetivo claro dos editores da revista foi causar polêmica, pois sabem que esta estratégia aumenta as vendas e promove a revista. Para a Playboy, o lema parece ser: ‘os lucros, sim, justificam os meios.’

domingo, 21 de dezembro de 2008

Perguntas (in)convenientes

Em Santa Cruz do Capibaribe acontecem coisas curiosas, uma delas é a escolha dos dirigentes do Moda Center Santa Cruz. Até então, dois políticos assumiram o posto mais alto da administração do parque. O curioso é que o empreendimento foi construído com recursos da iniciativa privada, de quem comprou boxes e lojas. Será que políticos são a melhor alternativa para administrar o Moda Center? Não há membros do setor empresarial com capacidade para o cargo? O Moda Center tem peso político nas eleições municipais e estaduais? Será que não seria mais saudável desvincular o Moda Center da ciranda política?

Santa Catarina e as duas faces do povo brasileiro

As enchentes em Santa Catarina mostraram duas faces interessantes do povo brasileiro. Em primeiro lugar, um povo solidário, que se compadece com o sofrimento do outro. Toneladas e mais toneladas de doações chegaram ao solo Catarinense para socorrer as vítimas da tragédia. Pessoas de todas as classes sociais e de vários grupos organizados da sociedade se uniram na missão. Uma outra face do brasileiro, lamentavelmente, emergiu: a do aproveitador, a do levar vantagem em tudo, a do oportunista em meio ao sofrimento alheio. Pessoas de classe média, que não eram vítimas das enchentes ‘pegando’ para si objetos doados. Sobre esse fato, chamou-me atenção um comentário feito por um leitor do jornal O Globo: “Eles simplesmente seguem os exemplos dados por nossos políticos.”

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Inglês para crianças, adolescentes e adultos

AV. 29 DE DEZEMBRO, 510 - CENTRO
(AO LADO DA ESPAÇO DO CALÇADO)

Uma nova opção de programação

Quem gosta de assistir a videoclipes e não possui TV a cabo, tem agora uma boa opção, a MTV Brasil, há algum tempo, pode ser sintonizada pela antena parabólica. O procedimento é o seguinte:

1. Escolha um canal disponível (o 32, por exemplo)
2. Aperte o botão ‘store’
3. Aperte em ‘vídeo’
4. Digite 1140
5. Aperte ‘store’ novamente

Pronto, agora é só começar a diversão.

sábado, 29 de novembro de 2008

Por que os programas de tradução não funcionam?

Quem já tentou traduzir algo de inglês para português ou vice-versa em softwares e ferramentas de tradução talvez tenha se decepcionado com o resultado. Isso ocorre por um motivo muito simples: a linguagem verbal não é um sistema, um código, nem uma linguagem exata e universal como a matemática.

Cada língua nasce e se desenvolve no interior das culturas e das práticas de uma sociedade. Resultado de uma construção histórica e social, a língua diz o mundo e o constitui, de acordo com cada contexto particular, fazendo com que seus falantes compartilhem vários padrões de sentido. Não há língua sem falantes, sem cultura e sem história.

O fato das línguas serem uma construção sócio-cultural e histórica e não um código ou um sistema autônomo que não sofre influencia do meio torna praticamente impossível a conversão automática de uma língua em outra. Traduzir não é transformar um código em outro, mas captar as nuances de sentido de uma língua e procurar descrevê-las em outra, tarefa que só o engenho humano pode realizar.

A tradução, portanto, não se dá no nível sintático (da estrutura) e lexical (do vocabulário), como querem os projetistas de softwares de tradução, mas no nível semântico, ou seja, no nível do sentido.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O fenômeno da indústria do jeans em Toritama

O pólo de confecções do agreste de Pernambuco desperta ao mesmo tempo surpresa e estranheza para o resto do país. Não entende como é possível que cidades do interior do nordeste consigam tanto crescimento econômico em meio a tanta adversidade.

Há algum tempo, a bola da vez é a cidade de Toritama. Lá, a indústria do jeans tem produzido mais e mais novos ricos a cada dia que passa. Porém, o progresso econômico não se converte em desenvolvimento, em qualidade de vida para os moradores da cidade. Não parece haver um retorno social, uma contrapartida dos empresários para a melhoria do município. Segue o mau caminho já percorrido por Santa Cruz do Capibaribe: os empresários usam a cidade para ganhar dinheiro, mas o investem em outros lugares: apartamentos luxuosos em capitais, casas de campo em Gravatá, casas de veraneio no litoral, roupas de grife nos shopping centers, etc. São filhos ingratos.

Além da falta de responsabilidade social, há também total descaso com as questões ambientais. Assim como ocorre em Santa Cruz do Capibaribe, Toritama também “assassinou” o Rio Capibaribe, convertendo-o em depósito de dejetos e de produtos químicos das lavanderias e tinturarias de jeans.

A geração de riquezas para alguns e de renda para a população em geral é condição essencial para todo município. Santa Cruz e Toritama conseguem fazer isso, e muito bem, por sinal. No entanto, está na hora de pensarem mais na qualidade de vida, inclusive na dos novos ricos. Uma cidade que pensa no social, que cuida de seus jovens para que não entrem no mundo da droga, do alcoolismo e do crime, diminui os índices de violência e melhora a vida de todos. Tal responsabilidade não é só do poder público, mas de toda a sociedade.

sábado, 22 de novembro de 2008

A era da beleza


Nunca o ser humano se preocupou tanto com a aparência física. Vivemos numa época de culto ao corpo, cujo altar é a academia e o Deus é o perfeito reflexo no espelho. O problema é que quem determina o padrão de beleza não são especialistas em saúde, mas a indústria de cosméticos, de suplementos alimentares e de remédios.

A indústria da beleza, através das várias mídias de massa (revistas, televisão, outdoors, internet) veicula o corpo perfeito e vendem a idéia de que qualquer um pode alcançá-lo, independente do biótipo do indivíduo. Porém, são padrões de beleza praticamente inatingíveis, tudo para perpetuar o consumo de produtos. Operam, portanto, com a seguinte estratégia: gerar insatisfação nas pessoas para gerar mais consumo. Não é por acaso que a indústria da beleza tornou-se um dos negócios mais lucrativos neste início de século.

Uma outra conseqüência do culto exagerado ao corpo é conceber a velhice como algo totalmente negativo, que deve ser evitada a todo custo, como se pudéssemos parar o tempo e driblar a condição humana. Para isso, a indústria oferece seus produtos e serviços mágicos: cremes, hidratantes, tinturas para os cabelos, botox, cirurgias plásticas, etc.

O cuidado com o corpo deve, evidentemente, fazer parte do projeto de vida do ser humano e contribuir para a saúde e para o bem estar do indivíduo. O problema surge quando o bom senso cede lugar ao excesso e começa a gerar problemas tais como a negação de si, a bulimia, a anorexia, a baixa auto-estima, a prática excessiva de exercícios físicos, tudo em nome de uma perfeição perversa e muitas vezes inatingível.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Seus clientes são idiotas?


Os clientes da Claro em nossa cidade vêm, nos últimos meses, percebendo uma queda considerável na qualidade do serviço. Na última semana, o que já estava ruim, piorou ainda mais: o telefone não faz e agora nem mesmo recebe ligações.

Entrei em contato com a operadora pelo 1052 para exigir uma explicação razoável pela total precariedade do serviço. Após passar por cinco etapas do atendimento automático, cheguei na opção de falar com um atendente de carne e osso.

Expus o caso para a atendente e sugeri que a Claro fizesse uma revisão na rede que transmite o sinal em nossa cidade. Apesar de informar que o problema era comum a todos os usuários da Claro que conheço, a atendente insistiu que cada linha é um caso específico.

Embora contrariado, tive paciência para ver aonde tudo iria chegar. Começa a bateria de perguntas: “Qual a cidade?”, “Qual o estado?”, “Qual o número da linha?”, “Qual o DDD”, “Consegue realizar ligações?”, “Que mensagem aparece no aparelho?”, etc, etc, etc, etc... (detalhe: a cada pergunta, pedia para esperar um momento).

Após todo essa enrolação (vinte e cinco minutos para ser mais exato), a solução que a atendente me oferece é colocar o chip em um outro aparelho e caso isso não funcione, sugere que volte a procurar o atendimento. Perguntei se seria necessário passar por todo o processo novamente e responder todas aquelas perguntas de novo. Advinha qual foi a resposta?

O atendimento e o serviço prestados pela Claro mostram o total descaso com que trata seus usuários. Com seus lucros bilionários, talvez os clientes de uma “cidadezinha” do interior do Nordeste não tenham nenhuma importância para os negócios desta “excelente” empresa de telefonia móvel.

Santa Cruz do Ex-Rio Capibaribe

http://www.youtube.com/watch?v=DHBlSI1OUWk
O tratamento dado ao Rio Capibaribe pelos santa-cruzenses mostra nosso total desprezo com as questões ambientais. Para nós o rio não passa de um canal para escoamento da água das chuvas e um depósito de dejetos provenientes de nossos esgotos. Para a prefeitura municipal, um lixão para depósito de entulho. A morte do rio no trecho que corta nossa cidade é uma das nossas maiores irresponsabilidades como povo e uma herança vergonhosa para as novas gerações santa-cruzenses.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Forró estilizado – valores invertidos


A música, como uma das várias modalidades de manifestação cultural, passa valores e conceitos, influencia atitudes e comportamentos. Por isso, não é ideologicamente neutra, como, aliás, nenhuma manifestação cultural é. Veja-se os filmes de Hollywood como influenciaram o comportamento, a maneira de vestir, os hábitos de consumo, fomentando uma homogeneização da cultura mundial. No âmbito mais local, o forró estilizado propaga valores que até pouco tempo eram considerados como negativos: o alcoolismo, o machismo, a mulher como objeto, a banalização do sexo, a traição conjugal e a promiscuidade masculina.

Como o discurso midiático tem uma forte influência sobre as mentes das pessoas, esses “valores” passam a fazer parte do ‘inconsciente coletivo’ (para usar um termo de Jung) e vistos como algo positivo, aceitável, comum.

A mensagem mais freqüente nessas músicas é o alcoolismo como virtude, como uma atitude de coragem, de masculinidade, uma demonstração de força, de virilidade.

O erotismo é outro aspecto bastante explorado por tais músicas. Trata-se de um erotismo extremamente machista em que a mulher é vista exclusivamente como objeto, como uma mercadoria que pode ser usada ao bel prazer e depois descartada. A inculcação desse discurso é tão forte que as próprias mulheres chegam a reproduzir esses valores, sem ver neles nenhum prejuízo.

Seguindo o discurso machista, a promiscuidade, a banalização do sexo e a traição conjugal são atitudes vistas como naturais, positivas, porém apenas se praticadas por homens.

Como nós, brasileiros, gostamos de relativizar tudo, levamos tudo na brincadeira, vemos essas músicas como engraçadas, inofensivas, divertidas, e não olhamos para a carga ideológica que elas trazem: o discurso fundamentalista-machista.

sábado, 1 de novembro de 2008

O inglês como língua global

Na história, algumas línguas assumem o papel de língua internacional por algum tempo. Esse status já foi alcançado por línguas como o grego, o latim, o árabe, o francês e hoje, o inglês. Mas é um equívoco pensar que as línguas assumam este posto por características intrínsecas a elas, como a facilidade em aprendê-las, sua riqueza expressiva, seu potencial literário ou qualquer outro recurso que a língua possa possuir.

Como afirma o lingüista irlandês David Crystal, o motivo para que o latim assumisse importância internacional nos primeiros séculos da era cristã não estava em sua riqueza expressiva e literária, mas “na ponta das lanças e das espadas dos soldados romanos”. Portanto, as línguas assumem a importância e o prestigio que os seus falantes têm.

No século XIX, a Inglaterra emerge como grande potência industrial e econômica no cenário global e o inglês passa a assumir o posto antes pertencente à língua francesa. A consolidação definitiva do inglês como língua franca global ocorre quando os Estados Unidos vencem a II Guerra Mundial e se consolidam como a maior potência mundial em várias frentes: bélica, econômica, tecnológica, científica, midiática, etc.

Com o advento dos meios de transporte aéreos, os novos meio de comunicação de massa e a consolidação da economia sem fronteiras, o mundo encolheu e possibilitou o surgimento, inédito na história humana, da primeira língua verdadeiramente global, presente em todos os recantos do mundo, seja como primeira língua, como segunda língua ou como língua estrangeira.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Como escolher um curso de idiomas


........A cada dia, proliferam as ofertas de cursos de idiomas. Muitas vezes, tal variedade pode levar as pessoas a terem dúvidas sobre que curso escolher. Como os cursos de idiomas estão na categoria de cursos livres (assim como os de informática, vendas, culinária, corte e costura, etc) não necessitam de aprovação do MEC ou de qualquer outro órgão ligado à educação. Assim, os certificados emitidos por estes cursos servem, muitas vezes, apenas para fazer mais volume nas nossas gavetas ou para inserir no currículo como informação complementar. No final das contas, o que vale mesmo é a capacidade da pessoa em mostrar o que sabe, isto é, realizar coisas com o conhecimento adquirido.
........Em primeiro lugar, é preciso desconfiar de promessas milagrosas, coisas do tipo: “aprenda inglês dormindo”, “aprenda sem fazer esforço”, “aprenda inglês em 30 dias”, etc. Pesquisas na área de Lingüística Aplicada mostram que aprender uma língua estrangeira requer paciência, esforço, persistência, autonomia e, especialmente, tempo. Não se chaga no nível avançado em um ano, nem mesmo em cursos de imersão, ou seja, cursos que inserem o indivíduo em contextos reais de uso da língua, onde se aprende não só a língua, mas a cultura e os costumes dos falantes nativos, através do convívio direto com eles.
........Nos cursos de inglês, o mais importante não é um prédio bonito, uma fachada imponente, uma sala de aula equipada com a última novidade tecnológica, uma bela propaganda de TV em horário nobre, mas, fundamentalmente, os professores. Eles são o elemento-chave, o fator que as pessoas mais devem levar em conta, porque nenhuma arquitetura ou recurso da tecnologia substitui um bom professor. Ele sabe que o conhecimento da língua é apenas um dos vários saberes que o professor deve ter. É necessário que esse profissional conheça as várias metodologias de ensino, como se processa a aprendizagem, que recursos utilizar, como planejar as atividades, como avaliar, como interagir significativamente com o aluno, como mobilizar os saberes para servirem de objeto de ensino, em suma, como desenvolver todo o processo de ensino e como proporcionar situações significativas de aprendizagem.
........No caso dos cursos de inglês, é bom não confundir bom professor com professor nativo. Muitas vezes são pessoas que vêm de outros países, evidentemente falando muito bem suas línguas, mas sem qualquer formação na área de ensino. É como se um brasileiro fosse para Itália e, após fracassar em várias tentativas de obter emprego, ganhasse a vida fazendo “bicos” como “professor” de português, só porque sabe falar essa língua.
........Portanto, ao procurar um curso de idiomas, além de pedir informação sobre preço, material, horários e duração, procure saber quem são os professores, se têm formação superior específica na área, se têm experiência como professores de língua estrangeira, se, de fato, são profissionais habilitados para oferecer um mínimo de qualidade ao que se propõem a fazer. Do mesmo modo, fuja das promessas milagrosas, pois milagres, no aprendizado de idiomas, definitivamente não existem.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Uma dívida histórica

......No último dia 04 de outubro, a Sociedade Musical Novo Século completou 108 anos de existência. Como uma das instituições mais antigas de Santa Cruz do Capibaribe, pertence ao patrimônio histórico e cultural de nossa cidade. A banda sobrevive pela teimosia e pelo idealismo dos seus membros, liderados pelo seu Presidente, Sérgio Trajano, e regida pelo grande músico e maestro Rubinaldo Catanha.

......Apesar da inegável importância cultural e histórica para o município, a banda não recebe o incentivo e o apoio que merece. Segundo o vice-presidente e professor da banda, Igor Silva, a Novo Século conta com 30 instrumentos, dos quais apenas cinco encontram-se em perfeito estado. Dos atuais 30 integrantes, além de fazerem um trabalho voluntário, 7 deles ainda utilizam instrumentos adquiridos e mantidos com recursos próprios.

......A banda sobrevive da contribuição mensal dos seus 80 sócios (uma importância simbólica de R$ 10,00) e de um importante, mas ainda pequeno e insuficiente repasse da Prefeitura Municipal. Estes recursos mal são suficientes para arcar com as despesas da Sociedade, tais como o pagamento de pessoal (o maestro e o professor de música), a manutenção dos instrumentos (lubrificação, substituição de peças, reparos), a compra de material de escritório (papel, tinta para impressora, etc) e os custos de conservação e funcionamento do prédio (água, luz, material de limpeza, etc).

......A banda centenária ainda enfrenta dificuldades por não ter espaços apropriados para estudos teóricos e ensaios, para aulas e para reuniões. A acústica do prédio é considerada inadequada para o funcionamento de uma banda musical. Além disso, dos poucos móveis que possui, na sua maioria fruto de doações, muitos já apresentam deteriorização pelo uso prolongado.

......A Sociedade Musical Novo Século oferece à comunidade, de forma totalmente gratuita, aulas de música, instrumento e fardamento para os interessados em integrar o grupo de músicos da instituição.

......Penso que as lideranças santa-cruzenses, sobretudo os membros do poder público municipal, têm uma dívida com a banda e uma grande responsabilidade em preservar este que é um dos maiores ícones da nossa cultura e da identidade de nosso povo.

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Obs: os interessados em contribuir com a Sociedade Musical Novo Século devem se dirigir à sede da banda no horário comercial ou entrar em contato pelo tel. 9186-5414.

domingo, 5 de outubro de 2008

Novos rumos...

........O pleito de 2008 já está decidido. A partir de janeiro de 2009, o candidato vencedor Toinho do Pará e os dez vereadores eleitos conduzirão os rumos políticos de nossa terra pelos próximos 4 anos.
........O prefeito eleito deve saber que não governará para seus eleitores, nem para seu grupo político, mas para toda a população santa-cruzense. Esperamos que o novo prefeito saiba gerir bem os recursos do município, com responsabilidade, sabedoria, honestidade e visão administrativa pró-ativa. Se fizer um bom trabalho, quem ganha é Santa Cruz do Capibaribe como um todo, se for um administrador medíocre, inseguro, desonesto, sem rumo e sem pulso político, toda a cidade perde.
........Aos que venceram, nossos parabéns, aos que não conseguiram se eleger, que continuem lutando com a mesma garra para uma cidade melhor, mais organizada, mais próspera e mais justa.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Marketing abusivo

........Todos os dias somos bombardeados sistematicamente com ofertas de produtos e serviços. Seja na rua com o carro de som, o panfleto, o cartaz, o outdoor, as placas e as fachadas de lojas, as pinturas em paredes e muros; seja em casa com a propaganda na TV, no rádio, na internet, no e-mail, na mala direta entre outros. Mas nenhuma destas abordagens são tão incômodas e insistentes como o telemarketing.

........Como ocorre em muitas atividades comerciais, os operadores de telemarketing têm metas a alcançar. Por isso, muitas vezes, recorrem a práticas abusivas, intrusivas e até criminosas. Com freqüência, invadem nossa privacidade nos horários mais impróprios, querendo empurrar de goela abaixo produtos ou serviços através de técnicas sutis e desrespeitosas de vendas. A mais comum é fazer perguntas para preencher um cadastro ou contrato sem antes nos perguntar se temos interesse no bem de consumo que estão vendendo. Quando interrompemos a abordagem e recusamos a oferta, usam argumentos prontos e sem nos dar chance de resposta continuam a solicitar informações como se tivéssemos aceitado o que nos oferecem. Colocam a prova nossa paciência e nos obrigam a sermos mal-educados.
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....Essa falta de respeito acaba provocando em nós uma aversão ao produto ou serviço oferecido, convertendo-se na mais eficaz forma de anti-marketing.

Uma política imatura

.....Em Santa Cruz do Capibaribe, períodos de campanha política são marcados por grandes transformações na rotina dos que aqui residem. Crianças, adultos e idosos, mesmo os que raramente saem de casa, vêem nos comícios locais uma grande fonte de lazer: é o grito, é o canto, é a dança, é o riso; ricos e pobres juntos na maior manifestação popular que Santa Cruz já viu. Tudo é festa nesse grande circo a céu aberto.
.....Por outro lado, há também a falta de respeito com a opção do outro, o fanatismo exacerbado, as intrigas entre vizinhos e amigos, as zombarias e os sarcasmos, reflexos de uma população politicamente ainda imatura. O mais preocupante é que os próprios organizadores de campanha fomentam esta lamentável prática e tiram proveito dela. Se as pessoas fossem mais informadas, perceberiam que enquanto elas vêm a eleição e brigam por seus candidatos, os financiadores de campanha vêem os negócios, os lucros, os grandes retornos financeiros que provavelmente podem obter.
.....Período de campanha política deveria ser um momento de avaliação, de reflexão, de debate e discussão sobre o projeto de desenvolvimento do município. Esta postura obrigaria os grupos políticos a escolherem melhor seus candidatos, a não subestimarem demais a inteligência das pessoas e a procurarem apresentar e discutir propostas sérias e viáveis que melhorem a qualidade de vida dos munícipes.
.....Mas, como sugere o ditado ‘cada lugar tem os representantes que merece’, então continuemos com a política imatura e atrasada de bocas-pretas e taboquinhas até o dia em que a maturidade democrática bata a nossa porta.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Uma grande perda...

Nesta manhã de segunda-feira (22/09/08), recebi, perplexo, a notícia da morte do professor e grande amigo meu, José Nivaldo Pereira Ramos (44 anos). Lembro das nossas longas e prazerosas conversas sobre os mais variados assuntos. Era um homem de fácil convívio, de grande amorosidade, de enorme senso de humor, de muitos amigos.

Fascinado pela busca de conhecimento, procurava entender a vida em sua forma mais profunda e radical. Lia sobre tudo, Ciência, Política, Economia, História, Religião, Tecnologia, Filosofia, e sobre suas duas grandes paixões: Física e Aviação.

Professor nato e de inteligência singular, inspirou e incentivou muitos jovens santa-cruzenses como eu a mergulharem mais fundo no mar do conhecimento. Determinado, desde cedo aprendeu a língua inglesa e realizou um de seus grandes sonhos: viajar para várias partes do mundo (Inglaterra, Alemanha, Portugal, Estados Unidos, entre outros). Foi um dos pioneiros ao trazer o estudo de Informática para Santa Cruz.

Dedicado à família, tinha uma das mais bonitas relações que um pai pode ter com seu filho, com respeito, amizade, atenção, companheirismo, dedicação, orientação e afeto.

Atualmente tinha três projetos: terminar sua graduação em Física, fazer Especialização em Matemática e o mais audacioso, construir um pequeno avião.

Apesar de não ser um homem de fé, deixa um forte e hoje raro testemunho de hombridade, de senso de justiça, de respeito pela pessoa humana e de honestidade. Nivaldo parte, de repente, sem avisar, deixando uma grande lacuna nos corações daqueles que, como eu, tiveram o privilégio de conviver e de aprender com ele.

sábado, 13 de setembro de 2008

A escola em crise


A instituição escola está doente. Os sintomas são os mais variados possíveis: relação professor-aluno comprometida, falta de interesse e compromisso dos jovens nos estudos, baixos níveis de aprendizagem, indisciplina generalizada e perda do respeito pelo professor.
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Os jovens de hoje são muito diferente dos de antigamente, são fruto de uma geração que pregou o liberalismo, que recebeu influência da psicologia, que não concorda com punições e que teme provocar traumas. A mulher que antes era a presença e a referência adulta no lar, acompanhava de perto o dia a dia das crianças, cuidava e educava segundo princípios de conduta que recebeu quando jovem, agora precisa enfrentar longas jornadas de trabalho fora de casa. Como resultado, as crianças hoje passam mais tempo com a televisão, o vídeo-game e a internet do que com os pais. As empregadas domésticas que acabam tendo mais contato com as crianças, não têm autoridade nem legitimação para educá-las.
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Essa falta de norte, de assistência e de acompanhamento, associada à falta de estabelecimento de limites, influenciam diretamente no comportamento e na formação do caráter dos jovens. O resultado é que hoje não querem mais seguir regras, não entendem que para cada ambiente é necessário um tipo específico de comportamento, não assumem responsabilidades, não têm compromisso com os estudos e nem demonstram respeito com os outros.
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Para agravar a situação, há uma tendência das escolas em diminuir cada vez mais a responsabilidade do aluno quando exigem menos dele em avaliações niveladas por baixo, infinitas recuperações paralelas, conselhos de classe, ou adotam o regime de aprovação automática. Para uma cultura em que os alunos só estudam sob pressão, tais medidas são um grande equívoco pedagógico.
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O professor, que passa mais tempo resolvendo conflitos em sala de aula que efetivamente ensinando, fica perdido, pois não sabe como resolver problemas que extrapolam os limites de sua competência e de suas responsabilidades.
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Mudanças precisam ocorrer, é fato. Respostas ainda não temos. Só sabemos que encontrar culpados não ajuda muito. A realidade mudou e precisamos inclusive perguntar se a instituição escolar, tal como a conhecemos hoje, não está com seus dias contados.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O mito da imparcialidade

"Não há fatos, há interpretações."
(Friedrich Nietzche)

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......O termo ‘imparcial’ é definido pelo dicionário Houaiss da língua portuguesa da seguinte maneira: 1. que se abstém de tomar partido ao julgar ou ao constituir-se em julgamento; que julga sem paixão, 2. que não sacrifica a verdade ou a justiça a considerações particulares. Defendo aqui a tese de que a imparcialidade absoluta não existe.
.....Sempre que expressamos algo, consciente ou inconscientemente, fazemos escolhas, omitimos informações, enfatizamos alguns fatos, diminuímos a importância de outros. Tais escolhas refletem os interesses individuais, de grupos ou de ideologias, pois não falamos num vácuo social, cultural e ideológico.
......A realidade é multifacetada, altamente complexa, precisamos fazer escolhas, recortes do real para tentar explicá-lo, descrevê-lo. Assim o faz as religiões, o senso comum e as várias disciplinas da ciência.
......Quanto mais visibilidade um indivíduo ou uma instância social tem, mais credibilidade as pessoas depositam neles e mais ares de verdade assume o que veiculam. No entanto, mesmo na ciência com seu inquestionável prestígio, as verdades são provisórias, contingentes, duram até outra teoria as colocar em xeque e inaugurar uma nova maneira de ver um determinado objeto de estudo.
......No âmbito jornalístico e político, a questão não é diferente. As notícias são sempre uma versão e um recorte do real, apenas um ponto de vista dentre vários outros possíveis. É comum vermos um mesmo acontecimento ser abordado de maneiras muito diferentes, por diferentes grupos políticos ou diferentes agências de notícia. Podemos usar como exemplo o debate que ocorreu último dia 09/11 entre os candidatos a prefeito de nossa cidade. Cada um veiculou por meio de carro de som a ‘vitória’ no evento.
......Nós, como indivíduos críticos, antes de aceitarmos as verdades que nos chegam diariamente, seja através do rádio, da TV, da internet, da revista, do jornal, do carro de som, precisamos perguntar: quem produziu o discurso? Que interesses individuais ou de grupo atende? De que está tentando nos convencer? O que está omitindo? O que está enfatizando? O que está desinformando?